Durante a sessão desta quinta-feira (14) na Câmara Municipal de Campo Grande, o vereador Betinho (Republicanos) afirmou que vai estudar a viabilidade de inserir no orçamento de Campo Grande para o ano que vem a construção de um laboratório biomolecular, avaliado em R$ 793.273,57, para permitir ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) a realização de exames em larga escala.
O vereador é presidente da Comissão Permanente de Finanças e Orçamento do Legislativo e ressaltou que também discute a obtenção de recursos junto à bancada federal. “Seria um laboratório único no país para testagem principalmente de casos de raiva, que têm crescido na Capital e temos visto também surtos em outras partes do Brasil”, disse.
Projeto
A proposta de criação do laboratório foi apresentada ao vereador pela veterinária Cláudia Granja Macedo Mota Ferreira, coordenadora do CCZ. Ela explicou que há uma necessidade urgente envolvendo a segurança de moradores e animais em toda a cidade. Segundo ela, os casos de morcegos com raiva têm crescido anualmente.
Em 2021, foram quatro registros; em 2022, foram seis; e até agosto de 2023 foram identificados sete morcegos com raiva, do total de 587 recolhidos até o momento na Capital. Nesse sentido, Cláudia pontua que quando há um teste positivo, todos os animais domésticos num raio de cinco quilômetros de onde o morcego infectado foi recolhido precisam ser examinados.
O problema é que não há estrutura para realizar exames em larga escala. Há uma parceria com a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul) para alguns testes, mas mesmo assim ainda não é possível atender às demandas. “Só temos realizado os casos mais urgentes. Mas temos que lembrar que a raiva é letal e não tem cura”, disse a veterinária.
Por esse motivo, ela introduziu ao vereador o projeto de um laboratório para biologia molecular, para que os testes possam ser realizados rapidamente, por meio da coleta de DNA. O objetivo é conseguir junto ao poder público recursos para a construção. A unidade foi orçada em R$ 793.273,57, incluindo todos os equipamentos e manutenção.
O CCZ já dispõe de servidores capacitados para executar a tarefa. “Teríamos mais autonomia para diagnosticar não só a raiva, mas também outras zoonoses que podem chegar a Campo Grande. Temos visto o crescimento da influenza aviária, leishmaniose, esporotricose, entre outras, que oferecem risco a seres humanos e animais”, ressaltou.
Renan Nucci
Assessoria de Imprensa do Vereador